domingo, 19 de outubro de 2014

Inhoque de mandioquinha

Ingredientes
500g de mandioquinha
250g de batatas
1 colher de margarina
1 ovo
sal e farinha de trigo

Modo de fazer
cozinhar as batatas e as mandioquinhas, amassar acrescentar os demais ingredientes e até dar o ponto de fazer os rolinhos e cortar.
Cozinhar em água com sal e um fio de óleo, quando o inhoque subir retirar,escorrer e colocar o molho da sua preferência.

Fica leve e muito saboroso.



sábado, 4 de outubro de 2014

Eternamente


Na sombra o contorno dos rostos
Num feitiço de gostos
Eu durmo e amanheço,
peço a deus e agradeço
Sigo em frente e me deparo
com a razão, nem dou conta da solidão
O pensamento é meu companheiro
Dos sentimentos mais verdadeiros
Meu coração me leva a outra dimensão
Distante e tão presente
É esse amor tão inocente
Antigo e permanente
Eternamente
 
Agnes klein

sábado, 28 de abril de 2012

" Eu e você frente à frente
É o medo e o desejo
É a desconfiança e a esperança
É o grito e o silêncio
É o gelo derretendo o fogo
Eu e você frente à frente
É ter sempre que me confrontar
Encarar os meus erros e as minhas razões
As minhas verdades e as minhas ilusões
O meu poder e a minha impotência
A minha liberdade e os meus limites
Quando eu tô na sua frente
Eu sinto toda a minha dor
Mas só na sua frente eu posso sentir...
Todo meu amor. "

(Luiz Antônio Gasparetto)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Erro


‎"Nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez."

Paulo Leminski

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Fera


Mulher, uma fera com garras escondidas por luvas perfumadas...
(Nietzsche)

Encontros, Desencontros e Reencontros



  • Todo ser humano busca o amor. Alguns com medo, outros com grandes esperanças. Neste livro, a autora mostra que essa busca é constante, apesar de, às vezes, existir um receio de confiar neste sentimento que pode nos trair tão profundamente. A grande questão é "amar ou não amar?". Nesta obra, você vai ver que o custo de se envolver é alto, mas que todos precisamos correr esse risco.




  • Um trecho do livro:
    Precisamos ter coragem emocional para amar. Você abre os braços para alguém, mas quando a pessoa aceita, muitas vezes você se encolhe. E então se pergunta várias vezes se vale a pena arriscar. Depois de uma desilusão, nunca se sabe.
    Alguns desejam amar desesperadamente, outros sentem somente um medo profundo. A maioria sente-se puxada nas duas direções.
    Depois de terem se machucado, homens e mulheres não conseguem confiar novamente, muito menos se entregar. De fato, dá medo se envolver com alguém; por isso, muitos colocam o coração dentro de uma caixa preta e lacram. Sentem medo de amar e pensam "É melhor dar pouco pra perder pouco" Isso, porem, cria um vazio e onde há esse tipo de vazio, há dor. Dor emocional e existencial. Assim, com medo, sem medo ou apesar do medo, o melhor mesmo é ir tentando.
    Não é fácil aceitar o fato de que na vida não existem garantias. Por isso, damos dois passos para trás para cada passo que damos para frente...

    segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

    Sentimentos

    Litografia de típica emoção
     Vincent van Gogh, 1882
    Quem somos nós?
    Durante um papo cabeça entre leigos sobre corpo-mente, passando pelas galáxias, indo até a física quântica, muitas questões ficaram no ar, e me fizeram uma pergunta; "Se somos só corpo, de onde provem os sentimentos?" Minha resposta foi sucinta; "Do cérebro". Tudo se resume em um corpo, inclusive a alma, mente, espirito... Depois disso fiquei refletindo e fui ler sobre o assunto para poder entender melhor.

    Sentimento é um conjunto de sensações físicas e emoções, um mecanismo de autodefesa visando a perpetuação da espécie .A parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções é o sistema límbico uma região constituída de neurônios. Os sentimentos vão promover as emoções no corpo que, estas sim, serão sentidas.Gerando algum comportamento e as expressões emocionais; chorando, rindo, odiando, amando, lutando, temendo...As emoções podem ser combinadas gerando um espectro das emoções humanas.

    Há teorias sobre a emoção que vem desde a Grécia antiga com Platão e Aristóteles. Depois filósofos como René Descartes, Spinoza e Hume. A teoria de James-Lange assegura que primeiro nós reagimos a uma situação (fugir e chorar acontecem antes da emoção) e depois nós interpretamos nossas ações através de uma resposta emocional. As teorias Neurobiológicas são descobertas feitas sobre o mapeamento neural, a emoção é um 'agradável'  ou 'desagradável' estado mental no cérebro dos mamíferos onde substâncias neuro-químicas; dopamina, noradrenalina e serotonina regulam o nível de atividade cerebral.
    No filme "Quem Somos Nós" emoção e reação química são dois lados de uma mesma moeda. Nossas emoções geram descargas químicas que chegam às células através dos receptores celulares, e essas reações químicas viciam tanto quanto qualquer droga. Assim ficamos viciados às nossas emoções .

    A última década do século XX ficou conhecida como a década do cérebro  a hipótese dualista cartesiana mente-corpo foi descartada, na medida em que todo processo psicológico passou a ser considerado também um processo biológico , corporal, atuando em cima do tecido nervoso, das sinapses e na neuroquímica do cérebro.
    A depressão caracteriza-se por uma baixa atividade neurônica devido à falta de serotonina é indicado o uso de antidepressivo.
    Ansiedade, angustia recomenda-se um ansiolítico, e pronto a vontade de viver e sorrir volta com a aplicação dessa substância química.

    E pra dor de amor? (desânimo, ansiedade, angustia, tristeza...) Deve se alternar antidepressivo com ansiolitico? E os efeitos colaterais?
    A melhor cura seria o AMOR CORRESPONDIDO, mas não há.

    quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

    Momentos

    Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las, elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente.

     (Sigmund Freud)

    quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

    Meu Deus é ateu

    Antes que me acusem de heresia e me joguem na fogueira da Inquisição, eu explico; é apenas o meu ponto de vista, não tenho conhecimento suficiente, minha intenção não é esclarecer e sim questionar sobre o assunto. Isso já basta, tô frita! kkkk
    Eu não tenho necessidade de acreditar em um Deus é só isso, mas não vejo mal nenhum em quem acredita. Tem gente que precisa de um Deus, de um santo, de um amuleto para amparar do sofrimento, eu preciso da razão e busco uma explicação.
    Fui batizada na igreja católica, como a maioria dos brasileiros, mas o catolicismo e nenhuma outra religião me atraiu, na verdade sempre foi uma incógnita pra mim aquele monte de gente repetindo as mesmas coisas e que pra mim nunca fizeram sentido. Para se dizer católico é preciso acreditar nos dogmas da igreja, que são tidas como verdades absoluta e inquestionável. Eu como não acredito;

    -Em um Deus criador.
    -Que Jesus Cristo é filho dessa divindade com uma mulher (humana).
    -Que tudo que existe foi criado por Deus a partir do Nada... etc e tal.

    -Não sou contra o uso de camisinhas, sexo antes do casamento, o aborto, o homossexualismo... Muita gente vai se tocar que não é tão católico quanto pensa, mas isso não é nenhuma campanha a favor do ateísmo.

    Depois da História da Evolução, com tantas evidências, Darwin está aí que não me deixa mentir. Muito me espanta a falta de lucidez racional nos dias atuais, acreditando nessas lendas. Meu Deus! Ops... escapou....kkkk
    Por essa razão eu me considero atéia (não que eu precise dessa classificação), não é por isso que eu discordo totalmente dos conceitos de moralidade que são metaforicamente transmitidos nas religiões (no meu caso a católica) só não é preciso a intervenção sobrenatural. Sou uma pessoa cética, tenho que ver para crer, nem no amor eu acredito, quando não há evidências, nem manifestações. Mas não me considero uma pessoa do mal, podem ficar sossegados, tem muitos ateus que fazem o bem pelo mundo( Nietz, Einstein, Galileu, Dráuzio, Freud, Saramago, Chaplin...) assim como tem muitos religiosos matando e roubando, não podemos generalizar.
    Sinto muito, mas estamos aqui por mero acaso e muita teimosia. Acredito eu que com a seleção natural e acidente genético acabamos chegando nessa espécie que por teimosia "inteligente" tem resistido as doenças e AINDA não foi dizimado da face da Terra, mas estamos com os dias contados. Não foi por falta de tentativa, a peste negra, cólera, a gripe e outras pandemias da história, além dos desastres naturais e das religiões (voltamos a ela) que são motivos de guerra e nós continuamos por aqui, haja teimosia.
    E vida após a morte? É reconfortante acreditar que um dia todos nós vamos nos encontrar lá no céu vestidos de branco serenos e na paz absoluta, mas não faz sentido nenhum. É muita pretensão! Morreu, acabou, não tem depois, como qualquer outro animal ou qualquer planta.
    Qual a nossa função aqui na Terra? Todo ser vivo tem uma...
    E essa história de vida inteligente fora da Terra? Pra mim é infinitamente pequena a possibilidade de ter existido as mesmas condições e os mesmos acasos pra ter gerado algo que se possa chamar de vida inteligente. Mas isso já é uma outra história...

    Agnes

    segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

    Soneto LXVI

    Não te quero senão porque te quero,
    e de querer-te a não te querer chego,
    e de esperar-te quando não te espero,
    passa o meu coração do frio ao fogo.
    Quero-te só porque a ti te quero,
    Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
    e a medida do meu amor viajante,
    é não te ver e amar-te,
    como um cego.

    Talvez consumirá a luz de Janeiro,
    seu raio cruel meu coração inteiro,
    roubando-me a chave do sossego,
    nesta história só eu me morro,
    e morrerei de amor porque te quero,
    porque te quero amor,
    a sangue e fogo.

    Pablo Neruda

    terça-feira, 18 de outubro de 2011

    Namorado

    Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
    Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
    Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
    Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
    Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
    Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
    Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
    Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
    Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
    Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. 
    Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
    Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
    Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
    Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

    Atribuído a Carlos Drummond de Andrade,
    mas é de Artur da Távola

    segunda-feira, 3 de outubro de 2011

    Plena mulher


    Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
    espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
    que obscura claridade se abre entre tuas colunas?

    Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
    Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas, com ar opresso e bruscas tempestades de farinha: amar é um combate de relâmpagos e dois corpos por um só mel derrotados.
    Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
    tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, e o fogo genital transformado em delícia corre pelos tênues caminhos do sangue
    até precipitar-se como um cravo noturno,
    até ser e não ser senão na sombra de um raio.


    Pablo Neruda




    domingo, 2 de outubro de 2011

    Serenata

    Permita que eu feche os meus olhos,
    pois é muito longe e tão tarde!
    Pensei que era apenas demora,
    e cantando pus-me a esperar-te.

    Permita que agora emudeça:
    que me conforme em ser sozinha. 
    Há uma doce luz no silêncio,
    e a dor é de origem divina.

    Permita que eu volte o meu rosto
    para um céu maior que este mundo,
    e aprenda a ser dócil no sonho
    como as estrelas no seu rumo

    Cecíla meireles

    sexta-feira, 30 de setembro de 2011

    Sinto muito

    Saudade dói, machuca a gente...
    Sinto falta de tudo que sonhei
    E decepções que causei
    Sinto pela falta de cumplicidade
    E de tão pouca amizade
    Sinto por tanto ressentimento
    Quando queria acalento
    Sinto por tudo que acabou
    E por nada que sobrou
    Sinto pelo tempo disperdiçado
    Pelo corações enganados
    Pelo espaço não respeitado
    Sinto saudade do que não aconteceu
    Sinto saudade do amor mais sincero
    Que você não me deu...
    Eu sinto, sinto e muito

    Agnes

    quarta-feira, 28 de setembro de 2011

    Cruz e Souza

    Anda em mim, soturnamente,
    Uma tristeza ociosa
    Sem objetivo, latente,
    Vaga, indecisa, medrosa.
    Como ave torva e sem rumo,
    Ondula, vagueia, oscila
    E sobe em nuvens de fumo
    E na minh'alma se asila.
    Uma tristeza que eu, mudo,
    Fico nela meditando
    E meditando, por tudo
    E em toda a parte sonhando.
    Tristeza de não sei donde,
    De não sei quando nem como...
    Flor mortal, que dentro esconde
    Sementes de um mago pomo.
    Dessas tristezas incertas,
    Esparsas, indefinidas...
    Como almas vagas, desertas
    No rumo eterno das vidas.
    Tristeza sem causa forte,
    Diversa de outras tristezas,
    Nem da vida nem da morte
    Gerada nas correntezas...
    Tristeza de outros espaços,
    De outros céus, de outras esferas,
    De outros límpidos abraços,
    De outras castas primaveras.
    Dessas tristezas que vagam
    Com volúpias tão sombrias
    Que as nossas almas alagam
    De estranhas melancolias.
    Dessas tristezas sem fundo,
    Sem origens prolongadas,
    Sem saudades deste mundo,
    Sem noites, sem alvoradas.
    Que principiam no sonho
    E acabam na Realidade,
    Através do mar tristonho
    Desta absurda Imensidade.
    Certa tristeza indizível,
    Abstrata, como se fosse
    A grande alma do Sensível
    Magoada, mística, doce.
    Ah! tristeza imponderável,
    Abismo, mistério aflito,
    Torturante, formidável...
    Ah! tristeza do Infinito!

    sexta-feira, 19 de agosto de 2011

    Amar

    "O verbo amar é difícil de conjugar;
    o seu passado nunca é simples,
    o seu presente é apenas indicativo
    e o seu futuro é sempre condicional."*

    (Jean Cocteau)

    Que pode uma criatura senão,
    entre criaturas, amar?
    amar e esquecer,
    amar e malamar,
    amar, desamar, amar?
    sempre, e até de olhos vidrados, amar?

    (Carlos Drummond de Andrade)

    terça-feira, 19 de julho de 2011

    A sombra da solidão

    Está nas livrarias, em uma linda edição de capa azul com formato de envelope, o livro Carta a D., do filósofo francês André Gorz. O primeiro parágrafo diz mais ou menos assim: você está com oitenta e tantos anos, pesa 45 quilos, tem 4 centímetros a menos do que tinha quando eu a conheci e eu ainda amo você desesperadamente.

    Li essas linhas de pé na livraria e fiquei instantaneamente comovido. Quem não ficaria?

    Gorz celebra neste livro o amor de 66 anos por sua mulher, Dorine. O romance dos dois aconteceu durante um período (e em meio a um grupo de pessoas) que não ficou marcado pelo conservadorismo afetivo e sexual.

    Um exemplo: o filósofo Jean Paul Sartre, de quem Gorz era discípulo, manteve uma relação de toda a vida com a escritora Simone de Beauvoir, ao mesmo tempo em que ambos cultivavam múltiplos amantes. Eram leais um ao outro, mas profundamente libertinos.

    Gorz, do contrário, suicidou-se junto com a mulher em setembro de 2007, deixando na porta da casa deles um bilhete para que se chamasse a polícia.

    Foram somente os dois, até o fim , como na crônica de Vinícius de Moraes: "gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos, mirando muito além das estrelas".

    Logo Vinícius, que parecia incapaz de amar uma mesma mulher por mais do que alguns meses.

    Quando olho em volta, quando ouço meus amigos e amigas se queixando, tenho impressão de que somos muito mais parecidos com Vinícius do que com Gorz.

    Nossos amores não duram, nossos romances se sucedem, as rupturas nos atordoam e machucam, mas se repetem, inexoravelmente.

    Habitamos um mundo de ansiedade e busca permanentes, interrompidas de quando em vez por pequenas tréguas reparadoras, mas breves.

    Depois de rirmos do casamento vitalício de nossos pais e avós, parecemos condenados a sofrer do mal inverso: a sombra da solidão constante, a intranquilidade como regra, a incapacidade de manter relações duradouras.

    Por quê?

    Em primeiro lugar, porque esperamos demais da vida, sobretudo das relações afetivas.

    Queremos tudo. O prazer, o amor, a troca inteligente e os planos de longo prazo. Queremos a segurança e a sensação de aventura no mesmo pacote. O melhor sexo e mais resoluta fidelidade. Suspeito que desaprendemos a arte de viver com menos do que se deseja. Esquecemos como é esperar e suportar. É tudo agora. É tudo ou nada. E tem sido nada para muitos.

    Claro, somos enormemente egoístas se comparados às gerações anteriores.

    Quando se trata de amor, nossa satisfação vem antes de qualquer outra coisa: a família, os filhos, os sentimentos daqueles que se envolvem conosco. O direito à felicidade se impõe sobre tudo mais. Ele é talvez o principal objetivo da maior parte da humanidade: ser feliz. Mas quem sabe o que isso significa nos dias que correm?

    Não sei de vocês, mas eu estou cercado de pessoas que se queixam da vida afetiva. Há uma amiga que não consegue se livrar de um cara meio traste e está adoecendo de inquietação. Eu disse pra ela outro dia: amor não é crack, não pode ser um vício tão destrutivo. Mas às vezes é.

    Outra amiga casou pela segunda vez com um sujeito que parecia perfeito, mas que ela não amava. Deu errado. Ela sofre pra burro, suponho que o rapaz também. Me disse a amiga outro dia: os homens legais estão casados ou namorando. Por que todos têm essa sensação se tantos estão sozinhos?

    Ontem falei com uma ex-namorada que ama um homem casado. Há dois anos se relaciona com ele, entre crises terríveis de raiva e vergonha de si mesmo. Ontem ela me disse que acabou. A ver.

    Há o amigo que tenta há semanas namorar uma moça que não quer namorar – e sofre. Eu digo a ele que relaxe, aproveite assim como está, descompromissado, mas ele – como qualquer bípede na Terra – precisa se sentir amado, não gentilmente esnobado. Pode acabar terminando o que nunca começou.

    O que fazer com essa multidão sem par?

    Eu não sei. Minha analista não sabe. Os meus amigos não fazem ideia. Não dá pra fechar a caixa de pandora das nossas aspirações, mas não podemos ser sufocadas por elas.

    Eu sugiro tentar e tentar e tentar ainda outra vez. Sobretudo, tentar fazer diferente: com outro tipo de pessoa, com outro tipo de abordagem, com mais paciência, com menos pressa, com mais atenção no outro (que é sempre um exercício delicioso).

    Não é possível que neste mundo imenso não haja alguém que complemente (ainda que temporariamente) cada um de nós, bípedes afetuosos e (potencialmente) felizes.

    (IVAN MARTINS editor-executivo de ÉPOCA)

    domingo, 19 de junho de 2011

    Para entender os outros

    Viver é complicado? É, um pouco. E como tornar a vida mais fácil? Entre outras coisas, aprendendo que todos nós temos um código e, quando passamos a conhecer o nosso, e o dos outros, tudo fica mais suave. Dentro da família podemos ter mãe, pai, dois irmãos, três tias, cinco primas, marido, filhos... É preciso entender o idioma de cada um para não viver num planeta em que cada pessoa fala uma língua diferente. Sabe quando você ouve no telefone a frase “então te ligo; quem sabe a gente vai jantar?”. Pois isso talvez queira dizer várias coisas: pode ser apenas uma desculpa para desligar o telefone, pois o assunto não está interessando; pode ser que a pessoa esteja esperando uma ligação e não queira ocupar a linha; pode ser que tenha começado o telejornal, e mais 300 razões diferentes, algumas inimagináveis. Os horários, por exemplo: um encontro marcado para nove da noite pode significar nove e meia; entre dez e meia e onze; e em alguns casos até nove horas mesmo. Agora, se você conseguir decodificar o idioma da pessoa, não vai se irritar de ficar esperando duas horas, porque já sabe que, quando ela diz nove, está querendo dizer onze, certo? São essas filigranas que desgastam a relação e você deve fazer todos os esforços para evitar que isso aconteça.
    Um capítulo sujeito a muitos mal-entendidos é o do amor. Quando um homem diz “eu te amo”, é possível traduzir isso de umas 500 maneiras, só que as mulheres costumam ouvir sempre da mesma. A mais frequente é ele dizer um “eu te amo” e ela ouvir um “quero me casar com você”, sendo que a maior parte das vezes ele diz “eu te amo” querendo dizer “quero transar com você”. Complicado? Nem tanto; apenas uma questão de tradução. Essa declaração de amor pode também querer dizer que ele está te amando profundamente naquele momento, e não que esteja propondo fundar um lar. E dependendo de quantos copos de vinho ele tiver tomado, da luz e da música que estiver tocando, pode até pintar uma proposta de morarem juntos, o que não quer dizer que você deva levar ao pé da letra. E é melhor mesmo que não leve. Mas as mulheres adoram ser pedidas em casamento, e a qualquer sinal de vitória – porque é uma vitória – passam a amarrar a coisa. Costumam começar com um “na sua casa ou na minha?” e, dependendo, mais uma vez, de estarem na segunda ou terceira garrafa de vinho, dali meia hora ela já está falando na decoração, se vão usar o mesmo computador ou se é melhor cada um ter o seu. Quanto a ele – todos sabem que o álcool provoca amnésia, principalmente no homem. Ele sai todo lampeiro, volta para seu adorado espaço, a coisa mais preciosa que acha que tem, e vai ficar surpreso quando telefonar na quarta-feira perguntando “vamos pegar um cineminha?”, e ela atender de mau humor. Se um dia homem e mulher falarem a mesma língua podem começar a se entender. Mas nem todas as coisas têm de ser traduzidas, porque aí pode ficar tudo tão sem graça que o amor desapareça da face da Terra.

    Danuza Leão

    quarta-feira, 1 de junho de 2011

    Entrada

    Ingredientes:
    
    2 tomates
    400g de berinjela
    200g de mozarela de búfala
    Azeite e sal a gosto
    100ml de aceto balsâmico
    2 dentes de alho
    Mangericão, cebolinha...

    Preparo:
    
    Corte as berinjelas e polvilhe com sal, deixe descansar. Em seguida lave e seque-as, passe no azeite e grelhe dos dois lados. Corte os tomates e a mozarela em cubos, disponha em cima das  fatias de berinjelas grelhadas.
    Numa panela aqueça o azeite frite o alho ralado, coloque o aceto balsâmico e ferva até reduzir pela metade, o molho tá pronto pra regar a entrada.
    Muito bom!

    Rösti

    É uma receita tradicional da culinária suíça, servida no formato de uma panqueca, consiste de batata pré cozida ralada e frita com recheio de cebola, queijo, legumes, bacon, champignon, ervas, tomate, ou o que queira.

    Ingredientes:
    Batatas (uma batata por pessoa)
    Sal e tempero a gosto
    Recheio da sua preferência

    Preparo:
    Cozinhe as batatas inteiras com casca por uns 8 minutos, até que estejam ainda firmes no centro. Resfrie-as na geladeira. Retire a casca, rale no orifício mais grosso do ralador e reserve. Tempere com sal, pimenta, nós moscada.

    Numa frigideira antiaderente, aqueça um filete de óleo e coloque uma porção de batata ralada, o recheio (coloquei queijo, cebolinha e bacon) e a outra porção de batata ralada, frite as “panquecas” até dourá-las, endireitando as bordas e amassando para que fiquem levemente achatadas.

    Acompanha bem com uma salada verde e carnes.

    segunda-feira, 30 de maio de 2011

    Recomeço


    “Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.”

    (Saint-Exupéry)

    sexta-feira, 27 de maio de 2011

    Minha idade

    A idade não está nos anos vividos
    Está nos momentos inesquecidos
    Não depende da ruga, nem da estria
    Depende do dia, do humor, da fantasia

    Tem dias que sou uma criança mimada
    Querendo colo, atenção e mais nada
    Ou uma adolescente destrambelhada
    Sonhadora, com graça e apaixonada

    Posso ser mulher madura, segura de si
    Responsável, interessante e sem frescura
    Em outros dias sou uma velha rabugenta
    Reclamando de tudo e ninguém me aguenta

    De ninfeta a macróbia, até uma morta
    Se tenho 41 ou 82 anos, não importa
    Posso ter a idade que eu quiser
    Num estalar de dedos que eu der

    Agnes

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Arte diz

    [Salvador Dali]
    As horas se derretem no tempo
    Viram pó, esquecimento...



    [Amedeo Modigliani]
    Estar nú é ser você mesmo
    Sem roupa, sem medo
    Uma forma de expressão
    Te agrade ou não...

    domingo, 22 de maio de 2011

    Mente

    [La Bocca della Verità]

    Mente quem diz que não mente
    Basicamente pra enganar, dissimular, ocultar
    Pra se defender e evitar desentendimentos
    Pra esconder defeitos e pra sermos aceitos 
    Mentir para sermos o que não somos
    A imperfeição é inerente ao ser humano
    Que até inconcientemente mente
    Mas a culpa pesa na mente. Evidente!
    Tem gente que mente descaradamente
    Francamente! Não passa de um demente
    A confiança não se recupera facilmente
    A mentira, uma verdade dormente
    Injustificavelmente, se mente
    So-mente

    Agnes

    quinta-feira, 19 de maio de 2011

    Segredo

     ...E é preciso saber falar. Há certas falas que são um estupro. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro.
    (Rubem Alves)

    terça-feira, 17 de maio de 2011

    Carência

    Quero colo, quero logo um cafuné
    No topo do meu ego ao dedão do pé
    Preciso de atenção, de carinho, de afeto
    Preciso da mão, de beijinho e de um teto

    Não gosto de prosa, mas de poesia
    Menos fala, mais ritmo e harmonia
    Gosto de surpresas na cama e na mesa
    Quero flores, riso, quero mais cores
    Quero cheiro, quero música e sabores
    Qualquer coisa que me faça sentir
    Pouca coisa pra não fazer desistir

    Agnes

    segunda-feira, 16 de maio de 2011

    Henry and June

    Um drama erótico baseado nos diários de Anaïs Nin, conta como ela conheceu o escritor Henry Miller e sua mulher June. Anaïs é casada com um bancário, mas sexualmente insatisfeita, apaixonou-se pela beleza de June, pelo amor que Henry a tinha e sentia uma grande admiração por ele, dando inicio a um triângulo, quadrado, pentágono... amoroso. Se envolvendo em outras experiências amorosas, numa busca de prazer e descoberta interior. Anais e Henry além de amantes escrevem juntos o livro "Trópico de Câncer" publicado em 1934 ficou proibido até 1961, é um dos livros que estou lendo no momento.
    O filme termina com Anais voltando pra casa com o marido Hugo e dizendo:

    "Naquela manhã... chorei porque o processo do qual me tornei mulher foi doloroso, chorei porque de agora em diante choraria menos, chorei porque perdi a minha dor e ainda não me acostumei ..."




    Henry Miller foi um escritor norte-americano acusado de pornografia e abscenidade os seus livros podem ser lidos hoje em dia sem as lentes do preconceito, tirando algumas mentes retrogradas.
    Seu estilo é caracterizado pela mistura de autobiografia com ficção. Muitas vezes lembrado como escritor pornográfico. Henry Miller tornou-se um clássico quando publicou a trilogia "Sexus, Plexus, Nexus", que ele chamou "A Crucificação Encarnada". Como nos outros livros, esses romances narram trechos de sua própria vida, embora ele negasse.
    Um filme com muitas cenas de sexo, mostrando o processo de amadurecimento de Anais, um filme que gostei e recomendo. Preparem as pipocas!

    Pra quem quiser baixar e assistir aqui vai o link:
    http://www.fileserve.com/file/sx2dcUj

    domingo, 15 de maio de 2011

    Intimidade

    No coração da mina mais secreta,
    No interior do fruto mais distante,
    Na vibração da nota mais discreta,
    No búzio mais convolto e ressoante,

    Na camada mais densa da pintura,
    Na veia que no corpo mais nos sonde,
    Na palavra que diga mais brandura,
    Na raiz que mais desce, mais esconde,

    No silêncio mais fundo desta pausa,
    Em que a vida se fez perenidade,
    Procuro a tua mão, decifro a causa
    De querer e não crer, final, intimidade.

    José  Saramago

    sexta-feira, 13 de maio de 2011

    Tacos mexicanos


    Taco é uma comida típica da culinária mexicana, consistindo em uma tortilla à base de milho que pode ser recheada de chili com carne (frango, carne bovina ou de porco), queijo, guacamole, alface e às vezes tomate. Come-se com as mãos, como um sanduiche. Acrescentando a Salsa por cima, um molho picante a base de tomate e pimenta.
    Eu tenho que confessar que compro os tacos, a salsa, e alguns ingredientes semi pronto, faço a guacamole e a carne com tempero próprio e só monto os tacos. Vapt vupt!

    Muita água gelada pra apagar o fogo, porque vai esquentar... rss

    terça-feira, 10 de maio de 2011

    Introspecção

    Não me prendo a nada que me prenda
    Que me sufoque e que não me entenda
    Feito areia escapo pelos vãos das mãos


    Não me questione sobre meus atos
    Pois  nem eu sei porque os faço
    Despindo sentimentos confusos
    De volta ao meu casulo escuro


    Aparo as arestas que me restam
    Me recuo do perigo, me abrigo
    Introspectiva eu sigo comigo.


    Agnes

    Três macaquinhos


    Os macaquinhos, conhecidos como 'Três Macacos Sábios', ilustram a porta do Estábulo Sagrado, num templo do século 17 localizado na cidade de Nikko, no Japão. Sua origem é baseada em um trocadilho japonês. Seus nomes são 'mizaru' (o que cobre os olhos), 'kikazaru' (o que tapa os ouvidos) e 'iwazaru' (o que tampa a boca), que na língua é traduzido como 'não veja o mal', 'não ouça o mal' e 'não fale o mal'. A palavra 'saru', em japonês, significa 'macaco' e tem o mesmo som de negação nessa terminação 'zaru'.
    O folclore japonês diz que a imagem dos macacos foi trazida por um monge budista chinês, no século 8. Apesar disso, não há comprovação dessa suposição.

    Isso pode ser aplicado no dia-dia, tem muitas coisas que é melhor não ver, não ouvir e não percamos tempo falando sobre coisas inúteis. Em certos casos, ignorar pode ser a melhor solução.

    sexta-feira, 6 de maio de 2011

    Poema enjoadinho

    (Gustav Klimt- mãe e filho)

    Filhos . . . Filhos?
    Melhor não tê-los!
    Mas se não os temos
    Como sabê-lo?
    Se não os temos
    Que de consulta
    Quanto silêncio
    Como os queremos!
    Banho de mar
    Diz que é um porrete . . .
    Cônjuge voa
    Transpõe o espaço
    Engole água
    Fica salgada
    Se iodifica
    Depois, que boa
    Que morenaço
    Que a esposa fica!
    Resultado: filho.
    E então começa
    A aporrinhação:
    Cocô está branco
    Cocô está preto
    Bebe amoníaco
    Comeu botão.
    Filhos? Filhos
    Melhor não tê-los
    Noites de insônia
    Cãs prematuras
    Prantos convulsos
    Meu Deus, salvai-o!
    Filhos são o demo
    Melhor não tê-los . . .
    Mas se não os temos
    Como sabê-los?
    Como saber
    Que macieza
    Nos seus cabelos
    Que cheiro morno
    Na sua carne
    Que gosto doce
    Na sua boca!
    Chupam gilete
    Bebem xampu
    Ateiam fogo
    No quarteirão
    Porém que coisa
    Que coisa louca
    Que coisa linda
    Que os filhos são!

    Vinícius de Moraes

    quinta-feira, 5 de maio de 2011

    Dia das crianças

    Dia 5 de maio, feriado nacional é comemorado o dia das crianças, mais especificamente dia dos meninos no Japão. Hasteando o Koinobori que consiste num enfeite de carpas que simbolizam força, persistência, bravura, sucesso e obstinação. O Koinobori é erguido no lado de fora da casa, a uma altura acima da linha do telhado. A carpa preta representa o pai, a carpa vermelha o primogênito, o segundo é a carpa azul, o terceiro a verde...



    Sushi e família reunida pra comemorar.
    

    Livros e flores

    Teus olhos são meus livros.
    Que livro há aí melhor,
    Em que melhor se leia
    A página do amor?

    Flores me são teus lábios.
    Onde há mais bela flor,
    Em que melhor se beba
    O bálsamo do amor?

    Machado de Assis

    terça-feira, 3 de maio de 2011

    Metro e Centímetros

    Das coisas
    que eu fiz a metro
    todos saberão
    quantos quilômetros
    são

    Aquelas
    em centímetros
    sentimentos mínimos
    ímpetos infinitos
    não?

    Paulo Leminski

    quinta-feira, 28 de abril de 2011

    Scones

    "Tea time"
    Pra combinar com a ocasião

    Típico da Inglaterra, de origem escocesa e irlandesa, fácil e rápido de fazer, o scone se parece com uma broinha, tem uma textura levemente crocante por fora e macio por dentro, o formato é meio grotesco, pode ser arredondado ou triangular, ideal para o chá da tarde, servido com uma boa geléia. Um British tea legítimo não pode faltar pra completar o clima e sabor de realeza. Pode ser adocicados ou salgados, variando com passas, gotas de chocolate, queijo, presunto, abóbora, etc...

    Ingredientes:
    300g de farinha de trigo (pode ser farinha integral)
    2 colheres de fermento químico
    80cc de leite
    80g de manteiga
    1 colher de açúcar (opcional)
    1 ovo

    Preparo:
    Peneirar a farinha de trigo e o fermento.
    Esmigalhar a manteiga na farinha peneirada e misturar.
    Acrescentar o leite, ovo e açúcar, amassar até virar uma massa homogênea.
    Fazer bolinhas achatadas ou cortar a massa triangular, pincelar com gema e assar por 13~15 minutos à 200 graus.




    Grande parte do chá preto consumido é produzido na Índia. Entre os mais conhecidos estão o Assam, Ceilão, Darjeeling, Keemun, o tradicional Earl Grey e English Breakfast (blend tea) ... pode ser tomado com ou sem leite, adoçado, ou puro.

    O uso do chá na Inglaterra é atribuído a Catarina de Bragança, princesa portuguesa que casou com Carlos II da Inglaterra. O chá era bebido em cafés e seu consumo foi crescendo desde o final do século XVII, sendo que era bebido a qualquer hora do dia até o início do século XIX, quando a tradição chá da tarde ("five o'clock tea") foi instituída pela sétima Duquesa de Bedford em Londres.

    Have a nice time!

    terça-feira, 26 de abril de 2011

    Os Três Crivos

    "Na luta, morre-se de cicuta!" - Sócrates

    As Três Peneiras de Sócrates
    Augustus foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
    - Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
    - Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
    - Três peneiras? Que queres dizer?
    - Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
    - Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
    - A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
    Envergonhado, o homem respondeu:
    - Devo confessar que não.
    - A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
    - Útil? Na verdade, não.
    - Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que de nada valem casos sem edificação para nós, melhor que o guardes apenas para ti.